Como priorizar um Caso de Uso
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Como priorizar um Caso de Uso

Edmar Barros Jr
5 min
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Depois de identificar o problema que nosso produto resolve e modelar o caso de uso, um detalhe aparece: o produto pode resolver não um, mas diversos casos de uso! Nesse contexto, surge a necessidade crucial de decidir qual caso de uso merece atenção e aprofundamento. Então, como focar naquele que trará maior impacto? Vamos aos pontos:

Lentes Qualitativas – sem firulas

Antes de mergulharmos nos números e métricas, é fundamental começar pelo entendimento qualitativo dos casos de uso. Isso envolve responder perguntas diretas e objetivas:

  • Quem são os usuários?
  • Por que eles escolhem nosso produto?

Essas respostas nos fornecem uma base sólida para compreender o comportamento do usuário e suas necessidades. Entender o contexto em que os usuários interagem com o produto ajuda a mapear os cenários mais relevantes e, consequentemente, definir quais casos de uso atenderão melhor essas necessidades.

Por exemplo, se estamos desenvolvendo um aplicativo de finanças pessoais, precisamos entender quem são nossos usuários principais (jovens adultos, famílias, profissionais autônomos, etc.) e por que eles estão usando nosso produto (para controlar despesas, economizar para um objetivo, investir, etc.). Essas respostas qualitativas guiam nosso próximo passo.

Frequência

No universo diversificado dos casos de uso, que variam de diários a mensais, nossa missão é entender onde o produto se encaixa e como mantê-lo relevante ao longo do tempo. A frequência com que um usuário interage com o produto é um indicador crucial da sua importância e impacto.

  • Casos de uso diários: São aqueles que os usuários acessam todos os dias, como um aplicativo de mensagens ou uma plataforma de gestão de tarefas. Esses casos de uso são essenciais para a retenção de usuários e devem ser priorizados.
  • Casos de uso semanais: Podem incluir funcionalidades que os usuários acessam uma vez por semana, como a revisão de metas semanais em um aplicativo de produtividade.
  • Casos de uso mensais: Incluem atividades que acontecem uma vez por mês, como a geração de relatórios financeiros ou a revisão de assinaturas.

Entender a frequência ajuda a identificar quais funcionalidades são indispensáveis para manter o usuário engajado e satisfeito. Um produto que se encaixa bem em casos de uso frequentes tem maior probabilidade de retenção sólida.

Identificando o Dominante

Focar a atenção no caso de uso dominante, aquele que ressoa mais forte com os usuários, é uma estratégia inteligente. O caso de uso dominante é aquele que representa a essência do produto e atende às necessidades mais críticas dos usuários.

Como identificar o caso de uso dominante?

  1. Análise dos dados de uso: Examine os dados de uso do produto para identificar quais funcionalidades são mais utilizadas. Ferramentas de análise como Google Analytics, Mixpanel ou Amplitude podem ser úteis aqui.
  2. Feedback dos usuários: Coleta de feedback direto através de pesquisas, entrevistas ou sessões de usabilidade. Pergunte aos usuários quais funcionalidades eles consideram essenciais.
  3. Mapeamento de jornada do usuário: Visualize a jornada do usuário para entender quais etapas são mais críticas e onde há maior engajamento.

Ao direcionar os esforços para o caso de uso dominante, simplificamos o processo de desenvolvimento e evitamos a dispersão de recursos em métricas desnecessárias. Isso também facilita a criação de uma proposta de valor clara e convincente.

Camadas para Baixa Frequência

Nem todos os produtos têm casos de uso de alta frequência. Para produtos com baixa frequência natural, a estratégia é adicionar camadas de casos de uso ao longo do tempo. Isso mantém o usuário envolvido, mesmo em cenários de ciclos esporádicos, sendo a chave para a retenção.

Exemplos de camadas para baixa frequência:

  • Notificações personalizadas: Enviar lembretes ou dicas úteis para os usuários retornarem ao produto. Por exemplo, um aplicativo de fitness pode enviar notificações de lembrete para treinos ou dicas de saúde semanalmente.
  • Conteúdo exclusivo: Ofereça conteúdo exclusivo ou funcionalidades premium que incentivem o retorno dos usuários. Um aplicativo de leitura, por exemplo, pode liberar capítulos exclusivos de um livro novo periodicamente.
  • Eventos e desafios: Crie eventos ou desafios que incentivem a participação dos usuários. Um aplicativo de finanças pode organizar um desafio de economia mensal com prêmios para os participantes.

Adicionando essas camadas, mantemos o interesse dos usuários e incentivamos interações regulares, mesmo que o uso principal do produto seja de baixa frequência.

Métricas de Retenção Significativas

Com lentes ajustadas e um entendimento claro do espectro de frequência, definimos métricas de retenção que têm significado. Não é apenas sobre números; é sobre compreender a essência de cada caso de uso.

Quais métricas considerar?

  • Taxa de Retenção: A porcentagem de usuários que continuam a usar o produto após um período específico (30, 60, 90 dias).
  • Engajamento Diário Ativo (DAU): O número de usuários únicos que interagem com o produto diariamente.
  • Engajamento Mensal Ativo (MAU): O número de usuários únicos que interagem com o produto mensalmente.
  • Lifetime Value (LTV): O valor total que um usuário gera durante seu tempo de uso do produto.
  • Net Promoter Score (NPS): A medida de satisfação do cliente e a probabilidade de recomendar o produto a outros.

Essas métricas ajudam a transformar dados em decisões estratégicas para impulsionar o crescimento do produto. Compreender essas métricas permite que a equipe faça ajustes informados e melhore continuamente a experiência do usuário.

Conclusão

Priorizar um caso de uso é uma tarefa essencial para o sucesso de qualquer produto. Através de uma abordagem qualitativa inicial, entendendo a frequência dos casos de uso, identificando o caso de uso dominante, adicionando camadas para produtos de baixa frequência, e analisando métricas de retenção significativas, podemos tomar decisões informadas que maximizem o impacto do produto.

Então, como você escolhe qual caso de uso priorizar? Comece com estas estratégias e ajuste conforme necessário para seu contexto específico.